“Portugal vai suspender todas as ligações aéreas de e para o Brasil. A decisão entra em vigor à meia-noite desta sexta-feira e prolonga-se pelo menos até 14 fevereiro, informou o Ministério da Administração Interna (MAI) em comunicado enviado às redações.
“Estão suspensos todos os voos, comerciais ou privados, de todas as companhias aéreas, de e para o Brasil. As regras agora estabelecidas são igualmente aplicáveis aos voos de e para o Reino Unido”, pode ler-se na nota divulgada. “Assim, estão permitidos apenas os voos de natureza humanitária para efeito de repatriamento dos cidadãos nacionais e membros das respetivas famílias, bem como de titulares de autorização de residência em Portugal.”
Nestes voos excecionais e exclusivos para situação de repatriamento, sublinha o MAI, podem embarcar também cidadãos – e as famílias – nacionais da União Europeia ou de países associados ao espaço Schengen, assim como pessoas de países terceiros mas com residência legal num Estado-Membro da União Europeia.
À saída do Brasil cada uma das pessoas tem de apresentar obrigatoriamente “um comprovativo de realização de teste molecular por RT-PCR para despiste da infeção por SARS-CoV-2 com resultado negativo”, feito nas 72 horas anteriores ao embarque. Se não for entregue, pode ser negada a entrada no avião ou em em território nacional. No caso dos que têm em Portugal o seu destino final, têm de cumprir forçadamente “um período de 14 dias de quarentena no domicílio ou em local indicado pelas autoridades de saúde”. Já quem faça apenas escala nos aeroportos nacionais tem “de aguardar pelo voo de ligação aos respetivos países em local próprio no interior” do edifício.
A medida, recorda o MAI, são também aplicáveis aos voos de e para o Reino Unido – há duas semanas o Reino Unido anunciou que suspendia todas as ligações aéreas com o território português devido “aos laços fortes” de Portugal com o Brasil, onde foi identificada uma nova variante do vírus originária do Amazonas.
A decisão esta quarta-feira anuncia, explica o Governo, prende-se com três fatores: “a evolução da situação epidemiológica a nível mundial, o aumento dos casos de infeção por SARS-CoV-2 em Portugal e a deteção de novas estirpes do vírus”.
A nova estirpe brasileira do vírus foi confirmada na última terça-feira pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o maior centro de investigação médica da América Latina, que revelou ainda ser originária do estado brasileiro do Amazonas.
O Ministério da Saúde do Brasil também confirmou esta semana que a nova estirpe foi identificada no Japão, em quatro viajantes provenientes do Brasil. E adiantou e que a variante brasileira do vírus que possui doze mutações, incluindo a mesma que foi encontrada em variantes já identificadas no Reino Unido e na África do Sul.”
Disponível em: Expresso. Acesso em 29/01/2020.