
Lentidão na análise e conclusão de processos é obstáculo para viagem de quem já tem emprego, estudo e imóvel alugado no país.
O governo de Portugal incentiva a entrada no país de maneira legal para evitar problemas. Mas brasileiros que tentam emigrar com vistos sofrem com lentidão na análise e conclusão dos processos.
A demora pode custar oportunidades para os brasileiros. Como acontece com o engenheiro civil gaúcho Felipe Quadros Pereira. Ele diz que deixou o emprego no Brasil, tem contrato assinado com empresa em Portugal e espera pelo visto de trabalho desde 19 de julho.
— Estou nesta situação entre dois mundos: Tramandaí (RS) e Setúbal, porque já desfiz o vínculo com minha antiga empresa e tenho um contrato assinado com a futura — disse ele.
Ele conta que, com a ajuda de um advogado, deu entrada no pedido no visto D1, para quem vai trabalhar em Portugal. O processo foi protocolado digitalmente no Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) e direcionado para a entrega da documentação no posto consular em Porto Alegre:
— Foram solicitados itens que inicialmente não estavam previstos, como minha assinatura reconhecida em Portugal no contrato com a empresa. Após corrigir, informaram que o tempo de demora para tramitação do processo está em torno de 80 ou 90 dias após o pagamento da taxa de R$ 542, que somente me passaram no dia 7 de agosto.
Além de emprego, Felipe tem diversos documentos do país, conta em banco português, firma aberta com a esposa em Portugal e está matriculado no mestrado de engenharia no Politécnico de Setúbal. Mesmo assim, o processo congelou, diz ele. O que gera constrangimento junto à empresa.
— Tenho conversado com eles semanalmente e explicado a situação, que agora estou em função da liberação do consulado — explicou Felipe.
Matriculado no mestrado de Assessoria de Administração no Politécnico do Porto, com apartamento alugado e garantias de meios de subsistência, Filippo Telheiro optou pela entrada sem visto após uma consulta com a empresa terceirizada VFS Global, responsável pelos processos de vistos no Brasil.
— Fui dar entrada (na VFS), mas me informaram sobre o prazo, que poderia ser de um mês ou até 60 dias úteis. Como vou para Portugal no dia 23 de setembro, porque minhas aulas começarão dia 16, optei em tentar entrar sem o visto e apresentando meu comprovante de matrícula, meios de subsistência e comprovante de moradia — diz Fillipo.
Com tanto investimento já feito em Portugal e diante da lentidão no processo de concessão, ele prefere arriscar:
— Vou torcer para ser aceito pelas autoridades da imigração, vai ser o jeito! Se eu ficar no Brasil esperando o visto, pode demorar até 60 dias úteis e perco muito tempo de aula.
Procurados, o MNE e a VFS não responderam.
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