Cyntia de Paula, presidente da Casa do Brasil, diz que brasileiros continuam a querer vir para Portugal© Filipa Bernardo/ Global Imagens
A imigração em Portugal disparou – há mais 129.155 novos residentes em 2019. Muitos oriundos do Brasil, mas também do Reino Unido, que é, agora, a terceira comunidade estrangeira.
Os números da imigração têm vindo a aumentar desde 2015 e, em 2019, atingiu o valor mais elevado desde que existe o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), criado em 1979. Estas são as conclusões apresentadas no Relatório da Imigração, Fronteiras e Asilo (RIFA), divulgado esta terça-feira.
Os novos residentes em 2019 são mais do dobro (110,3%) em relação a 2017 (61 413), o que o SEF explica “pelo crescimento dos novos títulos emitidos a cidadãos de nacionalidade brasileira (37,8% do total), bem como da União Europeia (27,6%)”.
Os 590.348 estrangeiros com a autorização de residência em Portugal revelam um aumento pelo quarto ano consecutivo, mais 22,9 % relativamente a 2018. Mas a subida mais significativa é a dos novos residentes (129.155), mais 38,7 % do que em 2018 (93. 154).
São autorizações de residência (AR) dadas pela primeira vez, o que não significa que tenham entrado o ano passado em Portugal, como sublinha Cyntia de Paula, a presidente da Casa do Brasil: “Apesar de o relatório ser de 2019, reflete entradas muitos anteriores, o processo é longo. Estas pessoas chegaram nos últimos dois a três anos e os números confirmam o que sentimos na Casa do Brasil, há muitos brasileiros a escolher Portugal”.
A responsável acrescenta que as últimas alterações legislativas, também contribuíram para esta subida, por possibilitar que mais estrangeiros regularizassem a sua situação. Têm de trabalhar, pagar impostos e descontar para a Segurança Social.
Um quarto são brasileiros
A comunidade brasileira representa um quarto da população estrangeira, com 151.304 cidadãos. A segunda comunidade migrante, a de Cabo Verde (37.436), constitui apenas 6,3 % do total. Mas, se tivermos em conta os novos residentes, são os britânicos a ocupar o segundo lugar, seguindo-se os italianos, em terceiro. Ou seja, os novos imigrantes são maioritariamente da América do Sul e da União Europeia, o que está a alterar a configuração das comunidades estrangeiras em Portugal.
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