O premiê de Portugal, Luís Montenegro, disse que o país “nos últimos anos viveu uma política de imigração descontrolada” (Foto: ESTELA SILVA/EFE/EPA)
A Assembleia da República, o parlamento de Portugal, aprovou nesta terça-feira (28) a nova Lei da Nacionalidade, que muda as regras para a concessão da nacionalidade portuguesa. Foram 157 votos favoráveis à proposta e 64 contrários; não houve abstenções.
A proposta, que teve apoio do Partido Social Democrata (PSD), do primeiro-ministro Luís Montenegro, e da legenda de direita nacionalista Chega, aumenta de cinco para sete anos de residência em Portugal o prazo mínimo para que cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP, da qual o Brasil faz parte) e da União Europeia obtenham nacionalidade e dez anos para estrangeiros dos demais países.
Outra mudança é que crianças nascidas em Portugal que sejam filhas de estrangeiros só terão nacionalidade portuguesa se um dos pais residir legalmente no país há pelo menos cinco anos – hoje, a exigência é de um ano de residência legal.
“Portugal nos últimos anos viveu uma política de imigração descontrolada, com consequências e desafios que todos sentem com os quais teremos de lidar por muito tempo. Para resolver a grave situação que foi criada, temos vindo a executar uma reforma estrutural quer na imigração, quer na Lei da Nacionalidade”, afirmou Montenegro, segundo informações do português O Jornal Económico.
Dois pontos não tiveram mudanças: filhos ou netos de portugueses seguem tendo direito à nacionalidade por filiação e pessoas casadas com portugueses podem reivindicar cidadania depois de três anos morando legalmente em Portugal.
A medida segue para promulgação do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. A Assembleia de República também aprovou outra proposta, para mudar o Código Penal e permitir a retirada da nacionalidade de quem cometer crimes graves.
Este mês, já havia sido promulgada a nova Lei de Estrangeiros de Portugal, que traz alterações como a limitação do reagrupamento familiar de imigrantes e a emissão de vistos de procura de trabalho apenas para profissionais considerados “altamente qualificados”.
Notícias Relacionadas
Brasileiros ficam com 25% das cidadanias atribuídas por Portugal
Dados mais recentes do Instituto Nacional Estatística informam que foram cerca de 12 mil Os…
Nova Lei da Nacionalidade está na mesa do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa
São dois diplomas: um que prevê como pena acessória a perda da nacionalidade em casos…
7 pontos-chave para entender o que muda para os brasileiros com a lei de imigração de Portugal
O Parlamento de Portugal aprovou nesta terça-feira (30/9) a nova versão de um projeto anti-imigração, que modifica a…